Brasil condena ataques dos EUA ao Irã e ressalta violação de soberania

Brasil condena ataques dos EUA ao Irã e ressalta violação de soberania

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O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) expressou sua condenação, neste domingo (22), aos recentes ataques realizados pelos Estados Unidos a instalações nucleares iranianas. O Itamaraty enfatizou que tais atos constituem uma violação não apenas da soberania do Irã, mas também do direito internacional.

Em nota oficial, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil manifestou “grave preocupação com a escalada militar no Oriente Médio”, condenando tanto os ataques militares de Israel quanto os dos EUA. A nota destaca que essas ações comprometem a soberania iraniana e infringem normas internacionais estabelecidas.

Na noite de sábado (21), o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou que suas Forças Armadas realizaram um “ataque muito bem-sucedido” a instalações nucleares no Irã, incluindo locais estratégicos como Fordow, Natanz e Isfahan.

O Itamaraty reafirmou a posição histórica do Brasil, que defende o “uso exclusivo da energia nuclear para fins pacíficos”, além de rejeitar “com firmeza qualquer forma de proliferação nuclear, especialmente em regiões marcadas por instabilidade geopolítica”.

O governo brasileiro reiterou ainda a importância de buscar uma solução diplomática para o conflito e repudiou os “ataques recíprocos contra áreas densamente povoadas”. Em sua nota, sublinhou que “as consequências negativas da atual escalada militar podem gerar danos irreversíveis para a paz e a estabilidade na região e no mundo, além de comprometer o regime de não proliferação e desarmamento nuclear”.

Mais cedo, China e Rússia também se manifestaram, condenando “fortemente” os ataques americanos. A relação bilateral entre Brasil e Irã está em um período de estabilidade, após tensões ocorridas durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro, que criticou publicamente o regime iraniano.

Em 2025, autoridades do Brasil e do Irã reuniram-se várias vezes em Brasília para preparar a Cúpula dos Chefes de Estado do Brics, marcada para julho no Rio de Janeiro.

As reuniões abordaram temas como agropecuária, infraestrutura e saúde. Espera-se que as autoridades iranianas e brasileiras consigam agendar novos encontros durante a cúpula.

O Irã, que se juntou ao Brics em 2024, valoriza este grupo como uma alternativa ao domínio dos EUA e busca fortalecer suas relações com parceiros que apoiam sua soberania.

Ataque dos EUA ao Irã

No mesmo pronunciamento na Casa Branca, Trump afirmou que “o alvo dessa noite foi o mais difícil e letal”, esperando que novas ações não sejam necessárias. Contudo, ele destacou que se a paz não for alcançada, os EUA buscarão novos alvos.

“Irã, o bully do Oriente Médio, deve agora fazer a paz. Se isso não acontecer, ataques futuros serão muito maiores e mais fáceis”, advertiu Trump.

Essa operação segue uma escalada que começou em junho, quando Israel conduziu ataques preventivos contra alvos iranianos, incluindo militares e cientistas do programa nuclear.

Os Estados Unidos estavam negociando um acordo nuclear que exigia do Irã o compromisso de usar energia nuclear apenas para fins pacíficos, mas as conversações se desgastaram recentemente.

Trump declarou que “nosso objetivo era destruir a capacidade de enriquecimento do Irã e impedir a ameaça nuclear proveniente do Estado que mais patrocina o terrorismo”. Ele classificou os ataques como “um sucesso militar espetacular” e afirma que as instalações chave de enriquecimento do Irã foram totalmente obliteradas.

O presidente americano elogiou ainda o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, insistindo que a colaboração entre os dois países é sem precedentes.

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